Economistas preveem inflação acima da meta em 2025

Especialistas consultados pelo Banco Central aumentam estimativa de IPCA para o ano de 2024 pelo quarto período consecutivo. Além disso, a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) também teve um aumento.

Sede do Banco Central em Brasília Foto: André Dusek/Estadão / Estadão Reprodução: https://www.terra.com.br/

O mercado financeiro elevou suas projeções para a inflação brasileira no boletim Focus do Banco Central. Pela quarta semana consecutiva, as estimativas ultrapassaram o teto da meta de inflação. De acordo com os dados divulgados nesta segunda-feira, 28, a previsão para o IPCA de 2024 subiu de 4,5% para 4,55%. Caso essa projeção se confirme, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, encerrará seu mandato redigindo a terceira carta aberta para explicar o descumprimento da meta, já que seu mandato vai até 31 de dezembro.

A partir de 2025, Campos Neto será substituído pelo diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, indicado por Luiz Inácio Lula da Silva e aprovado pelo Senado para a presidência da instituição. A mediana da inflação de 2025 passou de 3,99% para 4%, se aproximando mais do teto, de 4,5%, do que do centro da meta, de 3%. A partir do próximo ano, a meta de inflação será contínua, calculada com base no IPCA acumulado em 12 meses. Se o indicador ficar acima ou abaixo do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, o Banco Central terá falhado no cumprimento da meta.

As projeções para os anos seguintes continuam distantes da meta, com 3,6% para 2026 e 3,5% para 2027. Já a mediana da taxa Selic no fim de 2024 permaneceu em 11,75% pelo quarto período consecutivo no relatório emitido pelo Banco Central. Isso sinaliza a expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) elevará os juros em 0,5 ponto percentual nas próximas duas decisões, marcadas para 6 de novembro e 11 de dezembro.

A previsão intermediária para os juros no final de 2025 continuou em 11,25%, indicando que o mercado acredita em pouco espaço para redução das taxas no próximo ano, devido às pressões inflacionárias e ao desalinhamento das expectativas de IPCA. Para 2026, a mediana dos juros permanece em 9,5%, sem alterações há nove semanas. Já a projeção para o final de 2027 se manteve em 9%, estável por 23 semanas.

Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa para este ano aumentou pela terceira semana consecutiva, de 3,05% para 3,08%, se aproximando das previsões do Banco Central e do Ministério da Fazenda, que são de 3,20%. A projeção intermediária para 2025 permaneceu em 1,93%, sem alterações nas últimas três semanas, apesar das expectativas de um ciclo prolongado de aumento dos juros – o que teoricamente deveria impactar a atividade econômica. Levando em consideração somente as 33 expectativas mais recentes dos últimos cinco dias úteis, a mediana passou de 1,93% para 1,90%. Os economistas do mercado não modificaram as projeções de crescimento para a economia em 2026 e 2027, mantendo-as em 2% tanto para um ano quanto para o outro, consistentemente há 64 e 66 semanas, respectivamente.

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