Dólar sobe por influência externa e eleição nos EUA
O dólar mantinha trajetória de alta em relação ao real nesta quarta-feira, impulsionado pelo cenário externo e nacional. Os investidores estavam atentos ao ciclo de cortes de juros do Federal Reserve nos EUA e à eleição presidencial americana, prevendo um possível segundo mandato de Donald Trump. A expectativa de juros mais altos nos EUA tornava o dólar mais atraente para investidores estrangeiros, refletindo na valorização da moeda.
O dólar apresenta alta em relação ao real nesta quarta-feira, acompanhando a valorização da moeda norte-americana nos mercados internacionais. O movimento é reflexo da preparação dos investidores para um possível ciclo de redução gradual das taxas de juros pelo Federal Reserve, além de estarem atentos às eleições presidenciais nos Estados Unidos.
Por volta das 9h29, o dólar à vista estava 0,47% mais caro, sendo negociado a 5,7237 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento registrava alta de 0,46%, atingindo 5,726 reais na venda. Nessa mesma manhã, em um cenário com poucos dados macroeconômicos relevantes tanto no Brasil quanto no exterior, os investidores voltavam suas atenções para aspectos políticos e para as perspectivas das próximas decisões do Fed, ao passo que os preços das commodities também recebiam destaque nos mercados emergentes.
O fortalecimento do dólar é amplamente sentido frente à expectativa de cortes graduais nas taxas de juros pelo Fed, decorrente de indicadores econômicos recentes que apontam para uma recuperação mais robusta do que o previsto nos Estados Unidos, principalmente no mercado de trabalho e no consumo. Juros mais elevados no país elevam o retorno dos Treasuries, tornando o dólar mais atrativo para investidores estrangeiros. Segundo a ferramenta FedWatch da CME, os operadores atribuíam 92% de probabilidade de o Fed reduzir a taxa de juros em 25 pontos-base em novembro.
Além disso, os mercados estão reagindo ao aumento das apostas na reeleição de Donald Trump nas eleições presidenciais americanas em 5 de novembro. As promessas do atual presidente, que incluem tarifas e cortes de impostos, são consideradas inflacionárias pelos analistas, o que também favorece o fortalecimento do dólar. O analista Matheus Spiess, da Empiricus Research, destacou que o dia era marcado por uma aversão ao risco global, com grande apreensão em relação ao resultado das eleições nos EUA.
Com menos de duas semanas para o pleito, Trump realizaria um comício na Geórgia, enquanto Kamala Harris teria um encontro com eleitores indecisos na Pensilvania, transmitido pela CNN. O índice do dólar, que mede seu desempenho frente a um grupo de seis moedas principais, registrava alta de 0,43%, atingindo 104,550. Nos mercados emergentes, o dólar era impulsionado pela queda nos preços de importantes commodities como petróleo e minério de ferro, com os investidores aguardando desenvolvimentos no conflito no Oriente Médio.
Em visita à região, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, buscava encerrar os confrontos entre Israel e grupos militantes como Hamas e Hezbollah, em uma última tentativa de cessar-fogo antes das eleições americanas. O dólar também avançava em relação ao peso mexicano, ao rand sul-africano e ao peso chileno. No cenário doméstico brasileiro, eventos com autoridades em Washington, durante o encontro do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, estavam no foco do mercado.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participava de atividades pela manhã voltadas para impulsionar investimentos estrangeiros em projetos sustentáveis, enquanto à noite se reuniria em um jantar com ministros do G20. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tinha presença confirmada em um evento organizado pelo UBS BB durante a tarde.