Brasil busca critérios para novos membros do Brics
Os debates no grupo dos Brics sobre a possível inclusão de uma nova categoria de país “parceiro” têm sido intensos, com diplomatas brasileiros destacando a importância de definir criteriosamente os critérios necessários para essa distinção. Os líderes dos Brics estarão reunidos em Kazan, Rússia, a partir desta terça-feira (22/10), para discutir a expansão potencial do bloco, num contexto de mudanças geopolíticas significativas.
Os debates no Brics em relação à criação de uma nova categoria dentro do bloco, a de país “parceiro”, têm como destaque a ênfase dos diplomatas brasileiros na importância de definir criteriosamente os critérios a serem exigidos. Para o Brasil, mais do que a escolha dos países parceiros, a definição clara desses critérios é de suma relevância.
Os líderes do Brics têm encontro marcado em Kazan, na Rússia, a partir desta terça-feira (22/10), com o intuito de debater a potencial expansão do grupo. Neste momento, o cenário geopolítico mundial vem passando por transformações significativas. O encontro, porém, não será completamente presencial para todos os participantes, tendo em vista que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará de maneira virtual, em decorrência de um acidente doméstico ocorrido no sábado (19/10). Já o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, estará à frente da delegação brasileira de forma presencial.
Aproximadamente 30 países expressaram interesse em participar nessa condição de país parceiro, como é o caso da Venezuela, Cuba, Nicarágua, Nigéria, Argélia, Turquia, Marrocos, entre outros. Esse movimento indica uma estratégia de ampliação que privilegia parcerias mais flexíveis em vez de conceder imediatamente a condição de membros efetivos, o que possibilitará ao bloco reforçar sua presença e influência no cenário internacional. A definição dos critérios para essa nova categoria de parceiros encontra-se em fase de discussão.
A abordagem defendida pelo Brasil ressalta a importância de estabelecer os critérios antes de considerar candidaturas específicas. Entre esses critérios, destaca-se a necessidade de manter relações amigáveis com todos os membros do Brics e o respeito às sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU. Durante uma coletiva de imprensa na semana passada sobre a participação do Brasil na cúpula em Kazan, o secretário de Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores, Eduardo Paes Saboia, explicou que as discussões acerca dos critérios já estão num “estágio avançado”. “O Brasil tem adotado a posição de não indicar países, porque acreditamos que o fundamental é discutir e definir os critérios. Após essa definição, será possível identificar quais países se enquadram nesses critérios. E tais critérios não fugirão dos requisitos já estabelecidos para os membros efetivos”, afirmou Saboia.