Estudo alemão aponta redução de estresse com semana de trabalho mais curta

Por um período de seis meses, uma equipe de pesquisadores utilizou smartwatches para monitorar continuamente a saúde e o bem-estar de trabalhadores. Além disso, foram realizados exames com amostras de cabelo e os próprios indivíduos também forneceram autoavaliações sobre seu estado físico e emocional ao longo do estudo.

Trabalhadores na Alemanha. Foto: THOMAS KIENZLE / AFP Reprodução: https://www.cartacapital.com.br/

A semana de trabalho de quatro dias, de acordo com um estudo alemão divulgado nesta sexta-feira (18/10) e liderado pela renomada Universidade de Münster, é capaz de reduzir o estresse e aumentar a produtividade dos empregados. Em um programa experimental que contou com a participação de 41 empresas alemãs ao longo de seis meses, houve a implementação da jornada reduzida, atendendo a uma antiga reivindicação dos sindicatos locais.

A pesquisa, realizada em colaboração com o programa internacional “4 Day-Week Global”, revelou que a semana de quatro dias teve impactos “significativamente” positivos na saúde mental e física dos trabalhadores envolvidos. O monitoramento da saúde dos empregados foi feito por meio de smartwatches, amostras de cabelo e autoavaliação ao longo do período do estudo.

Contrariando a crença de que uma carga de trabalho semelhante, porém com menos horas, poderia aumentar o estresse, os resultados apontam para o oposto. Além de experimentarem menores níveis de estresse, os participantes que adotaram a jornada reduzida relataram praticar mais exercícios e dormir, em média, 38 minutos a mais por semana.

Os benefícios observados na saúde dos empregados tendem a contribuir para a redução do absenteísmo a longo prazo, de acordo com as estimativas dos pesquisadores. Ainda que haja relatos de uma ligeira melhoria na produtividade por parte dos entrevistados, o estudo adota uma postura cautelosa em relação a esse aspecto e menciona suas possíveis limitações.

Entre as conclusões do estudo, não ficou comprovado, por exemplo, que a semana de quatro dias resulte em aumento nos lucros das empresas, redução nas licenças médicas ou diminuição da pegada de carbono. Após o período de teste, 39% das empresas decidiram implementar a jornada reduzida permanentemente, enquanto 34% ainda pretendem continuar testando o programa.

Na Alemanha, a discussão sobre a redução da semana de trabalho para quatro dias ganhou destaque durante a pandemia e se tornou uma das principais demandas de alguns sindicatos, demonstrando a relevância e a atualidade do tema no cenário trabalhista do país.

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