Pescador enfrenta jacarés ao atravessar lago na seca
Um residente local navegava pela região em um barco quando avistou e fotografou diversas exemplares de jacaré-açu descansando em um banco de areia. Esse encontro inusitado com os imponentes répteis demonstra a riqueza da fauna presente na região e a importância da conservação dessas espécies para o equilíbrio do ecossistema aquático.
Um pescador registrou, de forma corajosa, o momento em que passava de barco por uma área repleta de jacarés da espécie jacaré-açu no Amazonas. Rainilson Souza, de 34 anos, compartilhou em suas redes sociais os vídeos impressionantes, nos quais os animais aparecem em grande quantidade.
As filmagens foram realizadas por Souza no Lago do Rei, próximo ao município de Careiro da Várzea, localizado a 20 km de Manaus. Nos vídeos, é possível observar os jacarés em bancos de areia, que surgiram devido à seca que assola a região. O jacaré-açu, espécie em destaque, pode alcançar até cinco metros de comprimento e pesar até meia tonelada.
Apesar da potencial periculosidade da situação, Rainilson revelou que não costuma temer navegar entre os animais. Segundo ele, a presença dos jacarés durante o período de seca é uma ocorrência anual. “Eu passo por ali há muito tempo, comecei a andar nesse lago desde os 12 anos. E sempre durante esse período de seca, independentemente da intensidade, os jacarés aparecem”, relatou.
Os vídeos, gravados no início de outubro, ganharam grande repercussão nas redes sociais, evidenciando a admiração das pessoas pela fauna amazônica. A espécie jacaré-açu é exclusiva da América do Sul e, normalmente, não é encontrada em grupamentos, diferentemente do que foi registrado nas imagens compartilhadas pelo pescador. Geralmente solitários, esses jacarés tendem a se reunir apenas durante o período reprodutivo.
Por sua vez, o jacaré-açu é considerado um predador de topo de cadeia alimentar, sendo capaz de caçar uma ampla variedade de animais em seu habitat, incluindo pumas, onças, jiboias e sucuris. Embora prefira presas menores, como tartarugas, peixes, capivaras e veados, sua dieta abrange também animais de porte considerável. No Brasil, a espécie encontra-se em baixo risco de extinção, com uma população estável.
O estado do Rio Amazonas enfrenta atualmente uma séria crise devido à grave seca, ocasionada por queimadas ilegais e pela redução no nível dos rios locais. Todos os principais cursos d’água que cortam o estado encontram-se em situação crítica, com o Rio Negro e seus afluentes passando pela pior seca dos últimos 120 anos. Essa condição tem impactado significativamente a paisagem e a vida dos habitantes da região, com todos os 61 municípios do Amazonas sendo afetados e mais de 800 mil pessoas sofrendo com as consequências do fenômeno.