Mercado projeta inflação e PIB maiores em 2025, com juros a 11%

Segundo a última divulgação do relatório Focus do Banco Central, a mediana da projeção para o IPCA em 2024/2025 apresentou uma leve variação de 4,38% para 4,39%, registrando aumento pelo segundo período consecutivo. Já a expectativa para a cotação do dólar no final deste ano permanece estável em R$ 5,40. Esses números refletem o atual cenário econômico do país e sinalizam as perspectivas dos analistas para a inflação e a taxa de câmbio nos próximos meses.

Banco Central espera que o IPCA termine 2024 em 4,30% e desacelere a 3,70% em 2025 Foto: Dida Sampaio/Estadão / Estadão Reprodução: https://www.terra.com.br/

Relatório Focus, divulgado pelo Banco Central, relacionada ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024 teve um pequeno aumento, passando de 4,38% para 4,39%. Esse é o segundo aumento consecutivo e aproxima-se mais do limite máximo da meta, que é de 4,50%. Há um mês, a mediana estava em 4,35%. Levando em conta apenas as 58 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa intermediária subiu de 4,40% para 4,45%.

Na última quarta-feira (9/10), o IBGE divulgou que o IPCA, que é responsável por medir a inflação oficial do país, registrou alta de 0,44% em setembro, um pouco abaixo da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, que era de 0,45%. A inflação acumulada em 12 meses atingiu 4,42%. Economistas demonstraram preocupação com a dinâmica dos preços dos alimentos, principalmente devido ao impacto de eventos climáticos.

Já a mediana para a inflação no ano de 2025 oscilou de 3,97% para 3,96%, aproximando-se mais do limite superior da meta de 4,50% do que do centro, que é de 3%. A partir do próximo ano, a meta passará a ser contínua, sendo calculada com base no IPCA acumulado em 12 meses. Se a inflação ficar acima ou abaixo do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, o Banco Central terá violado a meta. Considerando as 58 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para o IPCA de 2025 passou de 3,92% para 3,94%.

As projeções para os anos seguintes ainda se mantêm distantes da meta, com a mediana em 3,60% para 2026 e 3,50% para 2027. O Comitê de Política Monetária (Copom) considera o primeiro trimestre de 2026 como horizonte relevante da política monetária, levando em conta a taxa Selic do relatório Focus e o dólar iniciando em R$ 5,60 e evoluindo conforme a paridade do poder de compra (PPC). No cenário de referência, o Banco Central espera que o IPCA termine 2024 em 4,30% e desacelere para 3,70% em 2025.

A mediana para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2024 aumentou de 3,0% para 3,01%, ante 2,96% um mês atrás. Considerando apenas as 36 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa subiu de 3,03% para 3,07%. Já a projeção intermediária para 2025 se manteve em 1,93%, enquanto um mês antes era de 1,90%. Considerando somente as 36 projeções atualizadas da última semana, a previsão passou de 1,91% para 1,97%.

Os economistas do mercado não fizeram alterações nas projeções de crescimento econômico para 2026 e 2027. Elas permanecem em 2%, como estão há 62 e 64 semanas, respectivamente. O Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro elevou a projeção do Banco Central para o crescimento do PIB deste ano, passando de 2,3% para 3,2%.

A mediana para a taxa Selic no final de 2024 permaneceu em 11,75% pela segunda semana consecutiva. Existe uma consolidação na expectativa do mercado de que o Copom aumentará os juros em 0,5 ponto percentual nas duas próximas reuniões, em novembro e dezembro. Um mês antes, a estimativa estava em 11,25%. A projeção para os juros no final de 2025 subiu de 10,75% para 11%, sinalizando menos espaço para cortes na Selic ao longo do próximo ano.

A mediana para os juros no final de 2026 continuou em 9,50%, estagnada há sete semanas, enquanto a projeção para o final de 2027 permaneceu em 9%, sem alterações por 21 semanas. Quanto ao dólar, a mediana para o final de 2024 continua em R$ 5,40 pela quarta semana consecutiva. Para 2025, a estimativa subiu para R$ 5,40, após um mês com previsão de R$ 5,35. O cálculo da projeção anual de câmbio no Focus é baseado na média para a taxa no mês de dezembro, trazendo maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro, segundo o Banco Central.

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