Ataques no Líbano desrespeitam normas humanitárias, diz ONU
A situação tem se revelado extremamente impactante não apenas pela tragédia das vidas ceifadas, mas também pela devastação generalizada das estruturas fundamentais para o bem-estar da comunidade.
O aumento recente dos ataques aéreos no Líbano tem gerado críticas globais, principalmente vindas do chefe de refugiados da Organização das Nações Unidas, Filippo Grandi. Em uma coletiva de imprensa realizada em Beirute no último domingo, Grandi ressaltou que os ataques – perpetrados por Israel – representam uma violação do direito internacional humanitário, uma vez que têm como alvo infraestruturas civis e resultam na morte de civis.
Essa escalada de tensões acontece em meio ao agravamento do conflito entre Israel e o grupo Hezbollah, apoiado pelo Irã. As consequências têm sido devastadoras não apenas pela perda de vidas, mas também pela destruição massiva de infraestruturas essenciais para a população civil. Nesses contextos de conflito, torna-se crucial debater o papel das leis internacionais humanitárias e como elas impactam na proteção dos civis.
Filippo Grandi ressaltou a importância urgente de cessar as hostilidades para evitar mais destruição e sofrimento humano. Desde o aumento dos ataques israelenses, as operações militares no Líbano resultaram no deslocamento forçado de mais de 1,2 milhão de pessoas. Essa situação não apenas configura uma grave crise humanitária, mas também representa um desafio para a capacidade das organizações internacionais em prestar assistência a todos os afetados.
O líder, especializado em questões de refugiados, destacou como as operações humanitárias são severamente comprometidas quando as infraestruturas civis são destruídas. Os dados divulgados pelo Ministério da Saúde libanês são alarmantes: mais de 2.000 mortes e quase 10.000 feridos num ano de combates. A situação tem se agravado nas últimas semanas, com intensas hostilidades ultrapassando a fronteira que antes limitava os confrontos entre Israel e Líbano, ao mesmo tempo em que a guerra em Gaza persiste.
No centro desse cenário de conflito estão Israel e o Hezbollah, embora as repercussões atinjam sobretudo a população civil mais vulnerável. Enquanto Israel alega que seus alvos são instalações militares, procurando minimizar os danos aos civis, autoridades libanesas enfrentam acusações de atingir civis com frequência. A complexidade da situação é ainda mais acentuada pelas alegações de Israel de que tanto o Hezbollah quanto o Hamas se escondem entre a população civil, embora esses grupos armados neguem tal prática.
O direito internacional humanitário visa proteger os civis e reduzir os impactos dos conflitos armados, mas sua eficácia é frequentemente questionada em cenários como o do Líbano. Um dos principais desafios é garantir que todas as partes envolvidas respeitem e cumpram essas normas. Filippo Grandi, diante dos acontecimentos, enfatizou a urgência de que todas as partes em conflito, bem como aqueles com influência sobre elas, interrompam as agressões.