Estudo sugere que elefantes africanos possuem nomes personalizados para comunicação

Pesquisa indica que elefantes reconhecem e usam sons individualizados para interagir

Dois elefantes juvenis se cumprimentam na Reserva Nacional de Samburu, no Quênia. Reprodução: https://www.cnnbrasil.com.br

Elefantes selvagens africanos mostram habilidades impressionantes de comunicação, utilizando chamadas individualizadas que se assemelham a nomes pessoais usados por humanos, segundo recente estudo. Enquanto golfinhos e papagaios são conhecidos por se chamar através de imitações de sons específicos, elefantes africanos no Quênia parecem dar um passo adiante na identificação precisa. De acordo com a pesquisa publicada na revista Nature Ecology and Evolution em 10 de janeiro, esses elefantes aprendem, reconhecem e empregam chamadas individualizadas semelhantes a nomes para se comunicar entre si, sem necessariamente recorrer à imitação.

O principal tipo de chamada desses animais é o ronco, dividido em três subcategorias distintas: sons de contato para chamar elefantes distantes, saudações para se comunicar com elefantes próximos e chamadas de cuidador para interações cuidadosas entre fêmeas adultas e filhotes sob seus cuidados. Para analisar essas chamadas, os pesquisadores usaram um modelo de aprendizado de máquina em gravações de 469 chamadas feitas por grupos selvagens de fêmeas e filhotes em diversos locais entre 1986 e 2022. Cada elefante era identificado individualmente pelas características de suas orelhas, permitindo aos pesquisadores rastreá-los ao longo de décadas.

Os resultados revelaram que a estrutura acústica das chamadas variava dependendo do destinatário, com o modelo identificando corretamente o destinatário de aproximadamente 27,5% das chamadas analisadas. Isso sugere que há elementos nas chamadas que permitem ao modelo discernir o destinatário pretendido. Além disso, os elefantes não parecem apenas imitar o som do indivíduo ao qual se dirigem.

Ao comparar pares de chamadas entre emissores e receptores, os pesquisadores observaram que a maioria dos vocativos não se assemelhava mais quando direcionados a indivíduos diferentes. Os elefantes mostraram reconhecer e responder às chamadas direcionadas a eles em experimentos posteriores, evidenciando a capacidade de associar sons específicos a identidades individuais. A pesquisa aponta que os elefantes podem estar desenvolvendo formas de comunicação comparáveis à elaboração de nomes para os pares, sugerindo capacidades cognitivas complexas.

Esta descoberta destaca as intricadas dinâmicas sociais presentes nesses animais e os paralelos interessantes com comportamentos humanos de reconhecimento e cooperação. Os elefantes, ao utilizarem chamadas designadas, fortalecem laços sociais e demonstram uma forma distinta de interação e reconhecimento entre os membros de seu grupo.

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