Presidente do BC afirma que não buscará carreira política após deixar instituição

O representante máximo da entidade assegura que possui a intenção de retornar ao setor privado.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Foto: Fernanda Palacio/BC Reprodução: https://www.cartacapital.com.br/

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reiterou na quarta-feira, dia 2 de outubro, sua negativa em relação aos rumores que circulavam sobre uma possível incursão na política após deixar o comando do BC em 31 de dezembro. Durante o evento “Cenário econômico do Brasil e desdobramentos para 2025”, promovido pela Veedha Investimentos e Aurum Wealth Management, Campos Neto afirmou categoricamente: “Não sei qual será meu próximo passo, mas posso afirmar o que definitivamente não farei, e, ao contrário do que tem sido especulado, não entrarei para a política ou trabalharei no governo”.

Expressando sua gratidão pela experiência à frente do Banco Central, Campos Neto destacou que foi um período marcante em sua vida, mas manifestou seu desejo de retornar para a iniciativa privada. Boatos sobre sua possível incursão na política começaram a circular em junho, especialmente após sua participação em um jantar com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), levantando especulações sobre uma eventual indicação de Campos Neto para comandar o Ministério da Fazenda em um cenário de candidatura de Tarcísio ao governo federal. O presidente do BC negou veementemente a existência de tais discussões.

Em relação às apostas, Campos Neto destacou a importância da separação entre o setor de crédito e o das apostas, ressaltando a necessidade dessa distinção. Em sua avaliação, a presença de apostas nos bancos não faz sentido, sendo uma prática que, em sua visão, não deveria ser permitida. Contudo, ele reconheceu essa como uma política do governo, indicando que tem sido tema de atenção por parte das autoridades.

O presidente do BC demonstrou preocupação com os possíveis impactos na inadimplência decorrentes das apostas, citando exemplos internacionais, como nos Estados Unidos, onde a liberação das apostas contribui para um aumento da inadimplência. Dados do Banco Central revelaram que cerca de 24 milhões de brasileiros participam de jogos de azar e apostas no país. Entre os beneficiários do Bolsa Família, programa de transferência de renda, mais de 5 milhões direcionaram recursos para casas de apostas online somente em agosto, totalizando mais de 3 bilhões de reais em gastos nesse período, o que corresponde a 20% do valor total repassado pelo programa.

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