El Niño diminui chuvas no DF e afeta plantações de soja

Durante os anos em que o fenômeno climático El Niño prevaleceu, a quantidade de chuva na região durante os meses cruciais para o desenvolvimento da soja foi 40% inferior em relação aos anos dominados pelo fenômeno oposto, La Niña. Este contraste nos padrões de precipitação pode ter impactos significativos na produção agrícola e na economia local.

Foto: Climatempo Reprodução: https://www.terra.com.br/

Pesquisadores da Embrapa fizeram uma descoberta relevante ao identificar e quantificar o impacto do aquecimento da superfície do mar no Oceano Pacífico sobre o regime de chuvas e a produtividade da soja em uma área do Cerrado brasileiro. O estudo, recentemente feito sobre o fenômeno, pela Embrapa Meio Ambiente (SP), e da Embrapa Cerrados (DF). Os institutos observaram uma relação direta entre os anos de El Niño e uma queda significativa na quantidade de chuvas nos meses de outubro, novembro e dezembro na região de Planaltina, no Distrito Federal.

Ao analisarem dados de 1974 a 2024 e realizarem observações na estação meteorológica da Embrapa no DF, os pesquisadores constataram que durante os anos de El Niño a média de precipitação (372 mm) foi 40% menor comparada aos anos de La Niña (623 mm). Essa diferença nos padrões de chuva entre os dois fenômenos climáticos impacta diretamente a produtividade agrícola na região estudada. O El Niño, caracterizado pelo aquecimento da superfície do mar, e o La Niña, pela sua fase de resfriamento, desencadeiam efeitos distintos no clima global, afetando a distribuição de chuvas e as temperaturas em diferentes regiões do planeta.

O El Niño e o La Niña influenciam padrões climáticos ao redor do mundo, podendo resultar em eventos extremos como inundações e secas. No Brasil, as consequências são percebidas de forma diversa, com a presença de condições mais secas no Norte e Nordeste durante o El Niño, enquanto o La Niña tende a trazer mais umidade para essas regiões. A alteração nos regimes de chuva e temperatura provocada pelo fenômeno ENOS pode comprometer a segurança alimentar devido à queda na produção agrícola e, consequentemente, na produtividade.

Além disso, as variações climáticas relacionadas ao El Niño e La Niña impactam a agricultura ao influenciarem o desenvolvimento de plantas e animais, bem como ao alterarem a distribuição e severidade de pragas e doenças que prejudicam a produção agropecuária. O instituto de Metereológia desempenha um papel fundamental ao monitorar e emitir relatórios sobre as condições climáticas e a influência desses fenômenos, para auxiliar na compreensão do risco climático e na proteção dos negócios. É essencial que produtores e demais envolvidos no setor estejam atentos a tais informações para se prepararem adequadamente e minimizarem os impactos das variações climáticas em suas atividades.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *