A maioria das indústrias adota práticas ambientais, afirma IBGE
Diversas ações estão sendo amplamente desenvolvidas quando o assunto é sustentabilidade, com foco em questões como resíduos sólidos, reciclagem, reutilização e eficiência .
Fabricação de bebidas é a atividade com maior proporção de empresas com pelo menos uma iniciativa ou prática ambiental Foto: Alaor Filho/Estadão / Estadão Reprodução: https://www.terra.com.br/
Segundo a Pesquisa de Inovação Semestral 2023:Indicadores Temáticos – Práticas Ambientais e Biotecnologia, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano de 2023, 89,1% das médias e grandes empresas industriais no Brasil adotaram alguma iniciativa ou prática ambiental. Isso representa que 8.758 das 9.827 empresas pesquisadas com 100 ou mais colaboradores implementaram ao menos uma ação relacionada à preservação do meio ambiente em seus processos produtivos. Por outro lado, 10,9% das empresas, totalizando 1.069 companhias, ainda não adotaram nenhuma prática ambiental em suas atividades
Dentre as iniciativas mais frequentes adotadas pelas empresas estavam relacionadas aos temas de resíduos sólidos, reciclagem e reúso, eficiência energética, recursos hídricos, emissões atmosféricas e uso do solo. Os dados indicam uma crescente disseminação das práticas ambientais no meio empresarial, embora com intensidades variadas entre os setores industriais. Atividades como fabricação de bebidas, fabricação de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, fabricação de artigos de borracha e plástico, fabricação de equipamentos de informática, eletrônicos e ópticos, e fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos apresentaram as maiores proporções de empresas engajadas em práticas ambientais. Por outro lado, setores como fabricação de produtos de madeira, confecção de artigos do vestuário e acessórios e manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos mostraram menores adesões a essas práticas
No que diz respeito aos investimentos, a pesquisa revelou que 73,2% das empresas realizaram dispêndios relacionados às iniciativas e práticas ambientais em 2023. Esses investimentos foram mais comuns em setores como fabricação de bebidas, fabricação de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, e fabricação de produtos do fumo, sendo menos adotados na fabricação de produtos de madeira, fabricação de produtos diversos e manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos. Os principais motivadores para a implementação de práticas ambientais foram atender a normas ambientais, estratégia autônoma da empresa, influência de fornecedores ou clientes, pressão da opinião pública e sociedade civil, normas ambientais de mercados externos, influência da concorrência, e atratividade de programas de apoio públicos ou privados
Os benefícios mais citados pelas empresas que adotaram práticas ambientais foram o atendimento às normas legais, melhora da eficiência operacional com redução de custos e riscos, e melhora da reputação e imagem corporativa. No entanto, os altos custos das soluções ambientais, a escassez de programas de apoio público, e a falta de recursos financeiros foram apontados como os principais obstáculos para a adoção dessas práticas. A influência das regulações e políticas públicas de incentivo também foram destacadas como fatores relevantes nesse processo
Em relação à utilização de biotecnologia, 10,2% das empresas industriais com 100 ou mais colaboradores realizaram atividades nesse campo em 2023. As empresas relataram diferentes formas de uso de biotecnologia, como usuárias finais, usuárias integradoras, produtoras, e para pesquisa e desenvolvimento de produtos, insumos e processos. Setores como fabricação de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos, e fabricação de produtos alimentícios se destacaram na utilização dessa tecnologia. Além disso, cerca de 17,1% das empresas publicaram relatórios de sustentabilidade e 39,6% aplicaram os critérios ESG em suas estratégias corporativas, segundo os dados do IBGE.
