Jovem morre por anoxemia após levantamento de peso no México
Após a realização da autópsia, foi identificado que a morte foi causada pela hipóxia, que é a redução nos níveis de oxigênio no sangue, associada a uma hemorragia cerebral súbita, bem como à formação de coágulos sanguíneos em diferentes regiões do organismo.
Um triste incidente abalou o México recentemente, com a notícia do falecimento da jovem Ariatna Lizeth Mata Esparza enquanto levantava um peso excessivo. A autópsia revelou que a causa da sua morte foi a anoxemia, que é a falta de oxigênio no sangue, acompanhada por uma hemorragia cerebral aguda e a formação de coágulos em diversas partes do corpo. Estas condições, de acordo com informações do portal mexicano Milenio, tiveram origem não traumática.
Ariatna estava em uma cidade localizada a aproximadamente 1.120 metros acima do nível do mar, onde a baixa concentração de oxigênio no ar já representa um desafio adicional para o organismo. A corrente sanguínea, responsável por transportar oxigênio para os tecidos, sofre com a escassez, impactando o funcionamento dos órgãos e, em situações extremas, pode levar o corpo ao colapso.
De acordo com o professor Hugo Celso de Souza, especialista em Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), a hipoxia, que é a redução dos níveis de oxigênio no sangue, é comum em exercícios de alta resistência. Já a anoxemia, ausência contínua de oxigênio, é rara e frequentemente fatal. Hugo Celso de Souza ressaltou a importância de um acompanhamento médico rigoroso para aqueles que se exercitam intensamente.
O especialista alerta que muitas academias não exigem exames adequados do ponto de vista cardiovascular, o que pode resultar em sérios problemas. Os exercícios intensos com peso podem desencadear adaptações cardíacas, e sem avaliação médica apropriada, os riscos são significativamente elevados. Portanto, é fundamental que atestados médicos sejam embasados em exames minuciosos.
Pessoas que se dedicam a exercícios intensos devem contar com o acompanhamento de cardiologistas para monitorar possíveis adaptações inadequadas do sistema cardiovascular, como o espessamento da parede do coração ou o aumento da fibrose cardíaca. O Dr. Francisco José Barbosa Zorrer Franco, pneumologista do Hospital São Luiz Morumbi, da Rede D’Or, também destaca a importância de estar atento a sinais que possam indicar um colapso iminente, como desconforto respiratório, falta de ar, pele azulada (indicativo de baixa oxigenação sanguínea), confusão mental, dor de cabeça e sonolência excessiva.
Hugo Celso de Souza destacou que o coração possui vários mecanismos para manter a oxigenação, porém a respiração inadequada durante esforços extremos pode provocar hipertrofia cardíaca. Nesses casos, sem uma avaliação consistente, pequenas artérias podem se romper, ocasionando hemorragias internas.