Papa critica quem prefere animais de estimação

Em declaração nesta quarta-feira (4), o líder da Igreja Católica afirmou que a decisão em questão não trará benefícios a longo prazo, expressando preocupação com as possíveis consequências.

O Papa elogiou a cultura da Indonésia de ter vários filhos Foto: Reprodução/ Threads / Perfil Brasil Reprodução: https://www.terra.com.br/

Em sua visita ao Sudeste Asiático e Oceania, o Papa Francisco abordou uma questão sociodemográfica interessante durante sua passagem pela Indonésia nesta quarta-feira (4/09). Com um tom descontraído, o pontífice criticou a crescente tendência de casais optarem por não terem filhos e escolherem ter animais de estimação em seu lugar. Ele elogiou a tradição do país, onde as famílias costumam ter vários filhos, destacando esse comportamento como um exemplo a ser seguido em contraste com a opção por pets. Segundo o Papa, criar apenas um gato ou cachorro, substituindo a prole, pode não ser uma decisão sustentável a longo prazo, ressaltando a importância da família e da continuidade da espécie humana.

A discussão levantada pelo Papa Francisco ganha relevância diante dos dados que apontam para uma queda na taxa de natalidade na Indonésia, um padrão que é observado globalmente nas últimas seis décadas. O Banco Mundial destaca que essa redução pode estar relacionada a desafios financeiros enfrentados pelas famílias nos dias atuais, considerando os altos custos associados à criação dos filhos. Comentários nas redes sociais ressaltam que, ao contrário dos animais de estimação, os filhos demandam investimentos contínuos em diferentes aspectos ao longo do tempo, o que pode impactar a decisão dos casais sobre o tamanho da família.

Além das considerações sobre natalidade, o Papa Francisco também abordou a importância do diálogo inter-religioso durante sua estadia na Indonésia. Em meio a um histórico de incidentes extremistas, como o atentado em Bali em 2002, que resultou em centenas de mortes, o pontífice destacou a necessidade de promover o entendimento entre diferentes religiões como forma de combater o extremismo e a intolerância que ainda persistem em diversos locais do mundo. Ele enfatizou o papel da Igreja Católica na busca por um convívio pacífico e respeitoso entre crenças distintas, visando enfrentar desafios comuns e promover a harmonia.

Durante um discurso na Catedral de Nossa Senhora da Assunção, o Papa Francisco encorajou os fiéis católicos a praticarem a fraternidade e a abrirem-se para o diálogo, buscando construir relações amistosas e inclusivas. Com a Indonésia sendo o país com a maior população muçulmana do mundo, a visita papal destaca a importância do encontro e do respeito mútuo entre diferentes tradições religiosas. Essa não é a primeira vez que um papa visita o país, com visitas anteriores de Paulo VI em 1970 e João Paulo II em 1989, refletindo a relevância do país na agenda do Vaticano.

A agenda de viagens do Papa Francisco, inicialmente prevista para 2020 e adiada devido à pandemia de covid-19, inclui paradas em Papua-Nova Guiné, Timor Leste e Singapura. Com um percurso total de 32 mil quilômetros, essa jornada representa uma das mais longas desde que assumiu o papado em 2013, ressaltando o compromisso do pontífice em estabelecer pontes entre diferentes culturas e promover valores como o respeito, a paz e a fraternidade em escala global.

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