Putin ignora mandado internacional e visita Mongólia

Presidente russo visita Mongólia, desafiando ordem de prisão do Tribunal Penal Internacional

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, desafiou a ordem de prisão emitida pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) ao realizar sua primeira viagem a um país-membro da corte desde que se tornou alvo de investigações por crimes de guerra na Ucrânia. Putin foi recebido com honras pelo líder mongol, Ukhnaagiin Khurelsukh, em Ulaanbaatar, capital da Mongólia, em uma cerimônia que representa um desafio direto ao TPI, a Kiev, ao Ocidente e a grupos de direitos humanos.

O TPI acusa Putin de envolvimento no sequestro de crianças ucranianas após a invasão russa em 2022, embora Moscou negue as acusações, alegando motivação política. A Ucrânia, antes da visita, solicitou que a Mongólia entregasse Putin ao tribunal sediado em Haia, mas a União Europeia manifestou preocupação com a possibilidade de a Mongólia não cumprir o mandado de prisão internacional.

Em um contexto de dependência econômica, a Rússia fornece à Mongólia a maior parte de seu combustível e uma parte significativa de sua eletricidade, fortalecendo os laços entre os dois países. Durante a visita, foram assinados acordos para garantir o fornecimento de combustível de aviação e desenvolver o sistema ferroviário entre eles.

Em meio ao isolamento internacional da Rússia devido à invasão da Ucrânia, Putin tem realizado viagens para fortalecer alianças, incluindo visitas à China, Coreia do Norte, Vietnã e Cazaquistão nos últimos meses. O convite para o líder mongol participar da cúpula do Brics em outubro é mais um exemplo das estratégias de Putin para manter-se ativo no cenário internacional.

Putin ao lado do presidente da Mongólia, Ukhnaagiin Khurelsukh, em recepção com direito a guarda de honra e tapete vermelho Foto: DW / Deutsche Welle Reprodução: https://www.terra.com.br/

Presidente russo faz visita à Mongólia, país-membro do Tribunal Penal Internacional. Putin é recebido com honras

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, realizou sua primeira visita a um país-membro do Tribunal Penal Internacional (TPI), ao comparecer à Mongólia nesta terça-feira (03/09). A viagem de Putin ocorreu após o TPI ter emitido uma ordem de prisão contra ele por supostos crimes de guerra na Ucrânia. O líder russo foi recebido pelo presidente mongol, Ukhnaagiin Khurelsukh, em uma cerimônia que incluiu guarda de honra e tapete vermelho, na praça principal da capital Ulaanbaatar. Este evento é interpretado como um desafio de Putin ao TPI, Kiev, países ocidentais e grupos de direitos humanos que solicitaram sua detenção.

Putin é acusado de sequestro de crianças ucranianas

As acusações contra Putin incluem a responsabilidade pelo suposto sequestro de crianças ucranianas após a invasão da Rússia à Ucrânia em fevereiro de 2022, sendo este apenas um dos muitos crimes dos quais é acusado. Moscou nega veementemente as acusações, alegando motivações políticas por trás delas. Antes da visita, a Ucrânia solicitou à Mongólia que entregasse Putin ao Tribunal Penal Internacional sediado em Haia. A União Europeia demonstrou preocupação com a possibilidade de a Mongólia não cumprir o mandado de prisão internacional emitido pelo TPI em março de 2023.

A Mongólia ratificou o Estatuto de Roma

A Mongólia é um entre os 124 países que ratificaram o Estatuto de Roma, tratado fundador do TPI. Antes da visita de Putin, o tribunal reiterou que os Estados-membros têm a obrigação de deter aqueles que são procurados pela corte e que entrem em seu território. No entanto, na prática, o TPI não possui os meios necessários para efetivar as ordens de prisão. A Rússia não reconhece a jurisdição do Tribunal Penal Internacional.

Mongólia depende economicamente de Rússia e China

A Mongólia, que durante décadas manteve laços estreitos com a União Soviética, tornou-se uma democracia nos anos 1990 e estabeleceu relações com os Estados Unidos, Japão e outros parceiros. No entanto, o país mantém uma grande dependência econômica de seus vizinhos poderosos, Rússia e China. A Rússia fornece à Mongólia a maior parte de seu combustível e uma quantidade considerável de eletricidade. Durante a visita de Putin, os governos assinaram acordos para garantir o fornecimento contínuo de combustível de aviação à Mongólia e para desenvolver o sistema ferroviário entre os dois países. Putin ainda convidou seu homólogo mongol para participar de uma cúpula do Brics em Kazan, Rússia, no final de outubro, convite que foi aceito por Khurelsukh, de acordo com a agência de notícias estatal russa RIA Novosti.

Putin busca amenizar isolamento internacional

Nos últimos meses, Putin tem intensificado suas viagens internacionais para tentar reduzir o isolamento internacional enfrentado pela Rússia devido à invasão da Ucrânia e às sanções subsequentes impostas pelo Ocidente. Ele visitou China em maio, Coreia do Norte e Vietnã em junho, e Cazaquistão em julho. Desde que se tornou alvo do TPI, Putin vinha evitando viajar para países-membros da corte, como evidenciado no caso da cúpula do Brics realizada em agosto do ano passado na África do Sul. lf/ra (AP, AFP, Reuters, Efe)

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