Comércio exterior de produtos agrícolas: riscos fora do convencional
Pequenas e médias empresas estão sendo prejudicadas pela prática de importações irregulares, conhecida como “pirataria”, que consiste na aquisição de tecnologias estrangeiras sem autorização. Essas empresas investem recursos em inovações internacionais, porém acabam sendo ultrapassadas por filiais das mesmas corporações estrangeiras que detêm os direitos legais sobre tais tecnologias.
O Brasil desponta como um importante protagonista no cenário do comércio internacional, graças à sua vasta extensão territorial e às propriedades edafoclimáticas que o tornam um grande exportador de commodities. Esse crescimento se deu em um contexto positivo impulsionado pela globalização econômica, permitindo que a estrutura de exportações abrangesse uma variedade de produtos como complexos vegetais graníferos, carnes, cafés, algodão, celulose, dentre outros. A combinação desse vasto território com recursos minerais e uma visão econômica nacional-desenvolvimentista contribuíram para a consolidação do Brasil como produtor de combustíveis fósseis, minérios e seus derivados.
O agronegócio de exportação, que antes era visto de maneira superficial, passou a ser analisado de forma mais detalhada por empresários e órgãos públicos, resultando em uma diversificação significativa da pauta de exportações, com a inclusão de mais de cem produtos distintos. No entanto, nos últimos anos, a política externa e econômica contribuiu para a queda do país no ranking de exportações, afetando negativamente o saldo da balança comercial e gerando obstáculos relacionados à burocracia, sistema tributário e infraestrutura precária.
Para retomar seu espaço no mercado internacional, o Brasil precisa intensificar as negociações comerciais, investir em infraestrutura e eliminar barreiras às exportações. Além disso, é fundamental superar desafios como a predominância de uma política financeira desfavorável ao crescimento industrial e a necessidade de melhorar a logística de transporte de mercadorias para aumentar a competitividade.
Um ponto relevante a ser destacado é a pirataria sobre o trabalho nacional nas importações, evidenciando a necessidade de proteção e valorização da produção nacional. Empresários brasileiros que buscam inovar e trazer tecnologias estrangeiras para o país muitas vezes se deparam com a concorrência desleal de fornecedores que acabam competindo diretamente com eles, minando o investimento e esforço realizados.
Diante desse cenário, é essencial repensar estratégias de desenvolvimento econômico que valorizem a produção nacional, combatam a pirataria e estimulem a inovação. A busca por um comércio justo e pela proteção dos interesses produtivos do país é fundamental para garantir um ambiente favorável ao crescimento sustentável das exportações e fortalecer a economia brasileira como um todo.