Dono do Telegram é preso na França
O bilionário Pavel Durov, fundador e proprietário do Telegram, foi preso ao desembarcar com um jato particular em um aeroporto nos arredores de Paris na noite de sábado. O Telegram enfrenta acusações na França de facilitar a prática de crimes devido à falta de moderação e à ausência de cooperação com as autoridades. A Rússia interveio no caso, enviando uma mensagem a Paris exigindo que os direitos de Durov sejam respeitados. Com 39 anos, Durov nasceu na Rússia, mas deixou o país em 2014 depois de se recusar a fornecer ao governo Putin informações sobre os usuários de sua rede social VK. Atualmente, com sede em Dubai, o Telegram conta com cerca de 1 bilhão de usuários em todo o mundo.
No ano passado, Alexandre de Moraes ameaçou bloquear o acesso ao aplicativo no Brasil devido ao descumprimento de ordens judiciais. Ben Smith, cofundador do site de notícias americano Semafor, classificou a prisão de Durov como “uma das notícias mais importantes da década”. Para Smith, este acontecimento reflete a transição da visão utópica das plataformas sociais como um novo espaço digital global aberto, dominado por gigantes, na maioria americanos, que muitas vezes ignoram as leis nacionais em nome de valores universais.
A detenção de Pavel Durov em solo francês ressalta a crescente preocupação global em relação à responsabilidade das redes sociais e aplicativos de mensagens na disseminação de conteúdos ilegais e na garantia da segurança dos usuários. Este episódio também evidencia os conflitos entre as demandas de diferentes governos e a postura das empresas de tecnologia quanto à proteção de informações dos usuários. O caso do Telegram e de seu fundador traz à tona questões fundamentais sobre liberdade de expressão, privacidade e cooperação internacional, despertando debates acalorados sobre o papel e os limites das plataformas digitais no século XXI.