Papa critica lei ucraniana contra Igreja Ortodoxa
Por longos anos, a Igreja Ortodoxa ucraniana ligada ao Patriarcado de Moscou desempenhou o papel de religião predominante no território ucraniano.
O papa Francisco demonstrou sua posição contrária à lei recentemente promulgada pela Ucrânia, no domingo (25), que proíbe a Igreja Ortodoxa ligada a Moscou no país. Durante a oração semanal do Angelus, o jesuíta argentino enfatizou: “Não se tocam nas Igrejas”. Ele expressou sua preocupação com a liberdade dos que praticam a fé diante das leis implementadas no país, destacando a importância da liberdade religiosa.
Por sua vez, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, assinou a lei no sábado, onde proíbe as atividades da Igreja Ortodoxa Ucraniana ligada ao Patriarcado de Moscou, uma das principais correntes religiosas do país por um longo período. Mesmo após o rompimento dos laços com Moscou em 2022 por parte dessa denominação cristã, as autoridades ucranianas continuaram a considerá-la sob influência russa, resultando em ações legais que culminaram na detenção de diversos sacerdotes.
A decisão de Zelensky foi tomada durante as comemorações do 33º aniversário da independência da ex-república soviética, que foi invadida pela Rússia em fevereiro de 2022. Nesse contexto delicado, o patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, Cirilo, acusou as autoridades ucranianas de perseguir os fiéis, em um embate que expõe tensões profundas entre as esferas política e religiosa.
A questão ganha relevância ao abordar não apenas aspectos religiosos, mas também políticos e sociais, revelando um cenário complexo e delicado na Ucrânia. A liberdade religiosa, a autonomia das instituições religiosas e a relação entre Estado e Igreja tornam-se temas de debate intenso diante desses acontecimentos, que refletem as profundas divisões no país e a influência histórica e cultural de potências vizinhas como a Rússia.