Japão pode enfrentar megaterremoto em breve

Um comunicado de alerta divulgado recentemente despertou o interesse de uma nação que está familiarizada com informações sobre atividades sísmicas.

O último terremoto na fossa de Nankai ocorreu há quase 80 anos Foto: Wikimedia Commons / BBC News Brasil Reprodução: https://www.terra.com.br/

À primeira vista, um terremoto de magnitude 7,1 atingiu o sul do Japão na última quinta-feira (8/8), porém os danos materiais foram limitados e o alerta de tsunami logo foi reduzido. No entanto, o que chamou a atenção foi o alerta inédito acionado logo depois, indicando um possível “megaterremoto”. O primeiro-ministro do Japão cancelou compromissos internacionais para estar presente no país na semana seguinte, enquanto a população japonesa reacendeu o temor em relação ao chamado “grande terremoto”, um evento que supostamente ocorre uma vez a cada século e traz consigo prognósticos alarmantes de centenas de milhares de vítimas fatais e ondas gigantes de até 30 metros varrendo a costa do país asiático.

Essa situação causou confusão e preocupação em muitos, como a moradora de Tóquio Masayo Oshio, que expressou não saber como lidar com o aviso recebido. A incerteza sobre a possibilidade de prever ou antecipar um evento sísmico dessa magnitude desperta questionamentos sobre a preparação e a segurança do país, que está situado em uma região de intensa atividade sísmica conhecida como Círculo de Fogo do Pacífico, onde são registrados cerca de 1.500 terremotos por ano.

Especialistas apontam que os terremotos ao longo da Fossa de Nankai, que se estende ao longo da costa do Pacífico do Japão, representam uma ameaça significativa, podendo desencadear um “grande terremoto” de magnitude 8 ou 9, com potencial para causar inúmeras mortes e prejuízos econômicos gigantescos. Embora haja uma incerteza sobre a previsão exata desses eventos, geólogos como Kyle Bradley e Judith A. Hubbard destacam a recorrência histórica desses fenômenos devastadores, que impactaram a região em séculos passados.

Apesar do sistema de alerta acionado pela Agência Meteorológica do Japão após o terremoto de 2011, visando evitar uma tragédia semelhante, a emissão recente do alerta sobre o possível “megaterremoto” despertou controvérsias. Enquanto algumas autoridades e especialistas consideram esses avisos necessários para a preparação e proteção civil, outros, como o professor Robert Geller, questionam a eficácia e a utilidade prática dessas medidas, ressaltando a complexidade em identificar com antecedência os sismos com potencial catastrófico.

Apesar das divergências de opinião, a população japonesa demonstrou estar mais atenta e proativa em relação à segurança e preparação, refletindo em medidas de evacuação voluntária e verificação de abrigos e suprimentos de emergência ao longo da costa do Pacífico. Mesmo diante das incertezas e controvérsias, a conscientização e a mobilização para potenciais desastres naturais são aspectos que emergem com relevância em meio às discussões sobre a vulnerabilidade do Japão a eventos sísmicos de grande escala.

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